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Sobrinho conta para polícia que matou a tia na Serra e é liberado

Sobrinho conta para polícia que matou a tia na Serra e é liberado

Joana Dalva do Nascimento trabalhava como professora e era muito querida; segundo vizinhos, a vítima iria se aposentar ainda este mês

Publicado em 5 de maio de 2024 às 11:52

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Joana Dalva do Nascimento, morta após discussão com o sobrinho na Serra
Joana Dalva do Nascimento, morta após discussão com o sobrinho na Serra. (Ari Mello e Acervo familiar)
Júlia Afonso
Repórter / [email protected]

Prestes a se aposentar, a professora Joana Dalva do Nascimento, de 62 anos, morreu após ser empurrada durante uma discussão com o sobrinho, dentro de casa em André Carloni, na Serra, no último sábado (4). Com ela no chão, o suspeito ainda jogou um produto corrosivo no ouvido da vítima. Ele ligou para a polícia informando sobre o crime, chegou a ser levado para a delegacia, mas foi liberado. 

A reportagem de A Gazeta teve acesso ao boletim de ocorrência do caso. Nele, consta a informação de que o suspeito, de 22 anos, ligou para o Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes/ 190) informando que tinha cometido um crime e queria se entregar.

Quando a Polícia Militar chegou ao local, o suspeito disse que teria tido um surto e um desentendimento com a tia, empurrando-a. Joana bateu a cabeça na quina da pia da cozinha, caindo no chão, desacordada. O jovem confessou que, nesse momento, ele jogou o produto no ouvido da vítima até ela não apresentar mais nenhum sinal vital. 

Os policiais ainda relataram que Joana teve uma "contusão perfurante no lobo frontal". Segundo vizinhos, havia alimentos jogados em cima do corpo da professora, como pó de café, sal, arroz e feijão. 

Em entrevista à repórter Tarciane Vasconcelos, da TV Gazeta, uma vizinha revelou que ouviu barulhos, mas não sabia que vinham da casa de Joana. "Ela não pedia socorro, ela só clamava, não tinha como a gente socorrer porque a gente não sabia de onde estavam vindo os gritos. Eu até vim na grade, olhei, procurei, e a pessoa parou de gritar. Fui do lado de fora e só ouvi umas pancadas estranhas, mas um silêncio total, então eu não sabia o que estava acontecendo. Só descobri mais tarde, quando a polícia veio aqui", desabafou a moradora. Por medo, ela preferiu não se identificar.

Jovem foi ouvido e liberado

O jovem foi levado até a Delegacia Regional da Serra. De acordo com a Polícia Civil, ele foi "foi ouvido e liberado. A autoridade policial não encontrou elementos suficientes para realizar a prisão em flagrante naquele momento, pois houve apresentação espontânea, não havia perseguição em curso, e a polícia não tinha conhecimento do ocorrido".

O corpo da vítima foi encaminhado para o Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, onde passará pelo processo de necropsia. Posteriormente, será liberado para os familiares. O caso seguirá sob investigação da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM).

Quem era a vítima

Vizinhos contaram que Joana era muito querida e morava em André Carloni há mais de 35 anos. "Pessoa muito do bem, moradora antiga. Ela era evangélica, ia do trabalho para casa, de casa para a igreja, não fazia mal para ninguém, muito pelo contrário, ela criou todos os sobrinhos, e esse que cometeu o crime foi o último. Hoje fui na minha janela e lembrei que é domingo, e ela era professora da Escola Bíblica Dominical, fui na janela e pensei: a Joana hoje não vai sair e as crianças não vão ter aula, porque ela se foi", contou a moradora, muito emocionada. 

Ela ainda afirmou que Joana era professora do município da Serra e que iria se aposentar no próximo dia 28. "Ele não teve coração! Ela cuidou dele, ele veio para cá com uns 17 anos, ela pagava curso para ele. Nós ficamos sabendo que, como ele se entregou, infelizmente ele está solto. E a gente agora também está com medo, porque ele tem a chave (do condomínio). A gente está apavorado aqui."

Com informações de Tarciane Vasconcelos, da TV Gazeta

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