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REFLEXÕES SOBRE A IMPERTINÊNCIA DO ESTADOSSAURO

Órgão de verificação de notícias, para garantir que apenas a “verdade” será comunicada, não é e nunca será um instrumento de manutenção das instituições democráticas. Um órgão com esse feitio sempre foi, e sempre será, um mecanismo tirânico de censura.   #   #   #   Se o indivíduo clama para que o Estado controle os meios de comunicação social para que ele não seja “vítima” de uma notícia enganosa, além de ser um otário mais que perfeito, é um sicofanta da pior espécie.   #   #   #   As tragédias espelham a alma, revelam a face que se oculta por trás das infinitas máscaras sociais, que usamos todo santo dia, como se fosse nossa segunda pele.   #   #   #   O amor ao próximo é a pedra angular de uma sociedade. É ele, o amor ao semelhante, que leva as pessoas a se esforçarem para se tornarem melhores, mais dignas e prestativas. Agora, ver na hipotética “boa-vontade” das potestades estatais, algo similar ao amor, é a forma mais cínica que há de promover a perversão de tudo o que existe de

AS OFICIOSAS MENTIRAS E SUAS ARTIMANHAS

Frequentemente ouvimos algumas vozes dizerem, com aquele ar de sobriedade postiça, que no mundo atual, seria de fundamental importância termos apenas “fontes confiáveis” para nos informar. Tal afirmação, à primeira vista, até parece bonitinha, porém, quando olhamos mais de perto, vemos com clareza o que de fato ela é. De mais a mais, quais seriam as tais “fontes confiáveis”? Sejamos sinceros: todos nós, cada um ao seu modo, acaba se informando a esmo, conforme as notícias vão sendo atiradas em suas ventas pelos mais variados canais, considerando como confiável qualquer coisa que seja regurgitada pelo Jornal Nacional, ou por qualquer outra tranqueira similar, pela qual se nutre uma vaga afeição, nem um pouco criteriosa.   E por mil raios e trovões, quem será a excelsa autoridade, acima do bem e do mal, que dirá para todos que essa ou aquela seria uma “fonte confiável”? Quais critérios seriam utilizados para avaliar a credibilidade de algo? Aí, meu amigo, quando chegamos nesse ponto, é a

REFLEXÕES SOBRE OS AFETOS POLÍTICOS DO NOSSO TEMPO

Para um esquerdista, seja ele inveterado ou de primeira-viagem, todo aquele que não for marxista, ou simpatizante dessa folia, só pode ser uma coisa: um facínora de extrema-direita. Não interessa quem você seja.   #   #   #   Crítica feita a uma figura pública, investida de poder, não é agressão, nem ameaça às instituições; é apenas um modesto exercício de cidadania que revitaliza a democracia e suas instituições.   #   #   #   Se temos uma opinião ruim sobre algo ou alguém, isso não é, de jeito-maneira, um insulto ou algo similar. É apenas a expressão de uma desaprovação manifesta sobre algo ou alguém. E o fato de alguém não ser bem quisto por alguns indivíduos, isso não deveria ser motivo de escândalo para nenhuma pessoa que tenha um pingo de bom senso e uns litros de vergonha na cara.   #   #   #   Se uma pessoa resolve aventurar-se na vida política, ela deve estar preparada para não dizer tudo o quer e ter de ouvir tudo o que não quer. Se o indivíduo não tem essa disposição, e quer

SÓ MACHADO DE ASSIS NA CAUSA

O poeta e filósofo alemão Friedrich Nietzsche, em “A visão dionisíaca do mundo”, ensina-nos a que a cultura seria tal qual a casca que envolve uma maçã, uma fina película que encobre o caos incandescente da realidade, que encobre uma besta-fera que, aliás, está sempre ciosa para devorar a nossa humanidade sem a menor compaixão. Mas o que seria essa fina casquinha que encobre e limita a besta-fera que habita em nosso coração? Como todos nós sabemos, a palavra cultura nos remete àqueles bens que, por sua singularidade, merecem ser devidamente cultuados e cultivados de modo apropriado.   Tudo aquilo que cultuamos, por definição, é colocado por nós no centro pulsante da nossa vida, pois reflete tudo aquilo que consideramos precioso, que inunda a nossa vida de sentido e profundidade e, por isso mesmo, faz o nosso coração bater mais forte.  Quando cultivamos algo, nós o fazemos porque consideramos que isso seja bom e, por essa razão, esperamos que as sementes lançadas no solo da alma deem mu

REFLEXÕES INOPORTUNAS SOBRE A LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Não existe liberdade de expressão numa sociedade onde as autoridades não querem saber, de jeito-maneira, que as pessoas comuns expressem suas opiniões. Opiniões que eles, os todo poderosos, consideram ofensivas.   #   #   #   Se em sociedade as pessoas temem dizer algo por imaginar que, esse algo, possa vir a parecer ofensivo, isso é um caro sinal de que o aparelho de censura já foi interiorizado na fragilizada consciência dos indivíduos.   #   #   #   Quando autoridades se autoproclamam os supremos editores das opiniões dos indivíduos e, fazem isso, em nome do bem-estar da Democracia, é sinal de que essa já foi fuzilada de forma inclemente por aqueles que dizem protegê-la. E fizeram isso escondidinho, na calada da noite, para que possam colocar a culpa em quem eles bem entenderem.   #   #   #   Não existe liberdade de expressão sem a possibilidade de sentirmo-nos ofendidos, porque expressar-se livremente é poder dizer tudo aquilo que, muitas das vezes, parecerá ofensivo aos ouvidos de

ESTAVA CHOVENDO MUITO NAQUELA NOITE

Nos famigerados anos 80 fiz um curso de datilografia. Sim, eu fiz. Meus pais haviam comprado uma Olivetti portátil, cor verde. Uma beleza. Então todas as terças e quintas à noite, lá ia o pequeno Darta com aquela maleta verde para o colégio para aprender a usar apropriadamente o barulhento e pesado instrumento de escrita. Eu queria usá-la com a mesma maestria que meu pai, que datilografava um texto sem olhar para a máquina e, ainda por cima, o fazia com a devida tabulação. Era uma destreza que eu admirava.   Quando colocava-me em marcha rumo ao colégio, sempre era acompanhado pelo meu grande amigo Monique, meu cachorro. Não sei porque ele tinha esse nome. Quando iniciamos nossa amizade ele já respondia por essa alcunha. Pequenino, de pelo marrom-caramelo, bem clarinho, de cambitos curtos e, tal qual eu, um legítimo vira-lata.   Enquanto caminhava para o meu destino, ele ia junto comigo, ao meu lado e, no caminho, íamos batendo altos papos. Sim, quando criança, conversava muito com meu

QUANDO A ÁGUA DO POÇO NÃO É MUITO LIMPA

Quanto mais o nome e a fisionomia de uma pessoa são conhecidos, mais ignorada é a sua história. Não que não existam obras que falam a respeito da abençoada. Não é disso que se trata, tendo em vista que a vida de um personagem histórico como, por exemplo, Napoleão Bonaparte, é esmiuçada até dizer chega é, as pessoas, de um modo geral, acabam contentando-se em conhecer apenas e tão somente o seu nome e uma e outra curiosidade sobre o dito-cujo.   O fato é que nos contentamos apenas com a imagem que é apresentada de figuras titânicas como essa que, a ferro e fogo, imprimiram sua presença no devir das areia do tempo. Imagem que, diga-se de passagem, tem suas tintas carregadas com os tons do momento e, por isso, acabam falando muito mais a respeito dos valores, anseios e temores do tempo em que foram forjadas do que a respeito delas.   Falando de personagens titânicos, o livro “Três vezes Zumbi”, de Ricardo Alexandre Ferreira e Jean Marcel Carvalho França, é uma obra que bem ilustra como as